É assim sempre que chego à cidade... a ponte de D. Maria vai ficando cada vez mais para trás... atravesso o rio calmamente, sem pressas. Começo a pegar na bagagem e a respirar fundo: "Já se respira!".
Há um ano atrás esta sensação de voltar a respirar era mais intensa e premente. Acho que me estou a habituar a outros sabores, outras vistas, outras intensidades mas sem nunca esquecer o meu ninho, aquele de onde parti e do qual guardo ainda muitas saudades.
Dizem por aí que Lisboa é muito grande e agressiva, que as pessoas são mais frias mais fechadas... não acreditem!
Viver em Lisboa (ou nos arredores) é como viver no Porto ou em Vila do Conde. É uma questão de fazermos o esforço de fazer parte de uma história e de uma civilização. A partir desse momento lutaremos para que a nossa vida tenha sentido e siga o seu próprio rumo. Quanto às pessoas, são pessoas! Que têm os seus hábitos, as sua forma de lidar com a vida. Por dentro, os mesmos seres frágeis em busca de alguém que as acolha.
Acham-me corajosa? Não achem!
Também o dizia quando parti para a Guiné. Sou uma priveligiada. Foi-me concedida a bela aventura de partir atrás do meu grande amor, da minha própria felicidade.
Há dias em conversa no trabalho diziam-me que não eram capazes de tal coisa e eu respondia com uma pergunta: trocavas a tua felicidade pela tua comodidade?
Eu parti em busca da minha felicidade. Agradeço a Deus ter-me enchido sempre de coragem e de força para o fazer na minha vida. Agradeço-lhe também tudo o que pude experimentar graças a tê-lo feito um dia!
Só nós próprios podemos dar vida à nossa vida. Dar-lhe intensidade. Para isso é preciso chorar, rir e crescer... ir crescendo!
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