sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Memórias...

Todos nós guardamos recordações que nos enchem o nariz de odores e a alma de apertos... ainda moravamos na casa de D. Pedro V (saímos de lá quando eu tinha 4 anos) quando, numas arrumações, a minha mãe encontrou esta boneca. Lembro-me da emoção que senti naquele momento! Lembro-me como se fosse hoje!!!

O cheirinho daquele "meu bebé" era único.
Com compreensão de adulto vejo hoje porque a minha mãe ma tinha tirado. Lembro-me dos dedinhos já partidos, da espuma a sair por todos os cantos...
Mas agora já nem tudo é o que era... o cheirinho não é o mesmo... nem sequer o toque! Não é sequer o mesmo, o espaço físico para guardar "coisas"... e já nem faz sentido porque estão guardadas num local em que ninguém as pode tocar, danificar ou remexer... só visitar... e experimentar assim partilhadas...

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

UM TAL DE PEDRO EM DIA DE ARRUMAÇÕES...

Em fim-de-semana de limpeza e selecção de papéis que ainda guardo em casa dos meus pais mas que devem seguir o seu rumo,encontrei uma entrevista a Pedro Abrunhosa que data de 2001. Guardo-a religiosamente porque acho que todos o olham de soslaio e ninguém o conhece verdadeiramente mas nesta entrevista deixa escapar uma profundidade e maturidade que gostaria que fossem reais...

"Aquilo que nós fazemos é aquilo que nós somos. A nossa obra é espelho da nossa alma! O espelho da minha alma são as minhas músicas... eu procuro a poesia da palavra, o seu equilíbrio e ao fazê-lo encontro o meu próprio equilíbrio." (...)

"Ouço coisas tão más serem catalogadas como música que deixo de saber o que ando, afinal, a fazer. Tenho tentado inovar (...) as pessoas vão habitar a minha música por dentro. Eu limito-me a escrever as paredes dessas casas! Eu acho é que Portugal está a precisar de ir ao psiquiatra porque, se a TV representa a consciência de um país, então, creio que estamos a atingir os limites da inconsciência..."


E foi assim que ele me cativou há alguns anos. Sem gostar especialmente dele mas gostando de algumas canções, respeito-o e vou procurando o seu verdadeiro Eu.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

1991 FEVEREIRO

Foi há alguns anos atrás. Dia 3 de Fevereiro. Para mim foi o desmoronar dos alicerces, já nada poderia voltar a ser igual e de facto não voltou sê-lo mas em cada dia podemos afirmá-lo, não é verdade?...
Foi um dos piores tempos da minha vida mas, por outro lado, foi como se naquele tempo, dentro de um qualquer casulo, estivesse a haver uma qualquer metamorfose e a pessoa que me habitava, aos poucos, fosse ganhando asas.
Tenho saudades do sentido de família que ainda existia, das consoadas, das noites de inverno à lareira, do cheirinho a primavera, das galinhas que eu educava pacientemente, do cacto que se espetou na minha cabeça, do ranger da madeira durante a noite, os ratos a andar de escorrega nas escadas e no telhado enquanto todos dormiam, do cheiro a vacas, da janela enquanto esperava que os pais chegassem sexta-feira à noite, das porcissões na vila, da ida à feira, a pé, pela mão da avó, andar de bicicleta, brincar às mercearias com uma balança de verdade, do canavial... e de tantas outras coisas...
Há momentos que não podemos esquecer, estão naquilo que somos no presente.
Temos de aprender a subir os degraus, um a um... e chorar as saudades também faz parte...