Foi há alguns anos atrás. Dia 3 de Fevereiro. Para mim foi o desmoronar dos alicerces, já nada poderia voltar a ser igual e de facto não voltou sê-lo mas em cada dia podemos afirmá-lo, não é verdade?...
Foi um dos piores tempos da minha vida mas, por outro lado, foi como se naquele tempo, dentro de um qualquer casulo, estivesse a haver uma qualquer metamorfose e a pessoa que me habitava, aos poucos, fosse ganhando asas.
Tenho saudades do sentido de família que ainda existia, das consoadas, das noites de inverno à lareira, do cheirinho a primavera, das galinhas que eu educava pacientemente, do cacto que se espetou na minha cabeça, do ranger da madeira durante a noite, os ratos a andar de escorrega nas escadas e no telhado enquanto todos dormiam, do cheiro a vacas, da janela enquanto esperava que os pais chegassem sexta-feira à noite, das porcissões na vila, da ida à feira, a pé, pela mão da avó, andar de bicicleta, brincar às mercearias com uma balança de verdade, do canavial... e de tantas outras coisas...
Há momentos que não podemos esquecer, estão naquilo que somos no presente.
Temos de aprender a subir os degraus, um a um... e chorar as saudades também faz parte...
Sem comentários:
Enviar um comentário