quarta-feira, 30 de julho de 2008

Acreditando em Milagres

Hoje ouso desafiar psicólogos, educadores e outros conhecedores do desenvolvimento na primeira infância a deixarem-se levar pela possibilidade remota e talvez pouco provável de uma criança de 6 meses percepcionar muito mais para além daquilo que os livros nos querem fazer crer.
É claro que tenho de conviver diariamente com o rótulo de "tia babada" que vê coisas onde elas não existem... Eu chamo-lhe magia do amor! Eu chamo-lhe aquilo que não precisamos de dominar: as leis do coração!
A minha cassulinha (que neste momento já foi destronada mas que permanecerá até ao fim com este nome) já cresceu. Tem agora seis meses e é uma bebé super competente. Sabe reclamar e chamar a atenção quando mais precisa, brinca activamente e rebola pelo chão com uma destreza incrível...
Está também de malas feitas. Começaremos amanhã a sua integração a uma família adoptiva! Como início de preparação e apesar da idade, mostrrei-lhe uma fotografia dos pais e disse embevecida: "olha minha querida, são os teus papás! A mamã e o papá! São lindos, não são".
A bebé olhou a imagem da fotografia e estendeu os braços para lhe pegar. Segurou-a com força e encostou a si mesma. Depois ergueu-a e levou-a à boca... para surpresa minha não a levou a uma boca aberta como seria de esperar nesta idade em que tudo é conhecido através dessa forma. Esta bebé, encostou a fotografia a uma boca fechada como quem beija sem saber ainda mexer os lábios. Para mim, e contra toda a ciência justificada pelos livros e por anos de estudo, a Cassulinha deu o primeiro beijo aos seus pais, como que compreendendo o que a espera: um lar de amor onde poderá crescer e desenvolver-se plenamente como pessoa.
Ao longo da minha experiência fui vendo pequenos milagres como este. Momentos mágicos que se geram entre pais e filhos. Atitudes da parte de bebés pequeninos que nunca esperamos por conhecê-los demasiado bem e que só se explicam se acreditarmos que há muita coisa que desconhecemos nestes laços que se geram e que criam como que uma aura em volta de uns e de outros modificando-os e surpreendendo-nos.
Amo o meu trabalho. Amo estes momentos mágicos! Amo o Deus dos milagres pequeninos e quotidianos (é só nestes milagres que eu acredito!).

1 comentário:

Vilma disse...

Fiquei de olhos marejados de lágrimas e com a pele em galinha de emoção.
Também creio assim ... tenho um milagre desses em minha casa, como sabes e a cada dia percebo essas coisas.
Que bom Deus usar a tua sensibilidade para veres isso. É uma dádiva!
Que ele te abençoe muito! :)))