segunda-feira, 23 de junho de 2008

S. João do Porto, carago!!!

É inevitável recordar que hoje no norte, particularmente no Porto e em Vila do Conde, se vive uma das inesquecíveis festas populares.
O dia de hoje faz-me lembrar as épocas de exames em que, com o coração lá longe, do outro lado da ponte, me tentava concentrar nas linhas dos imensos calhamaços que tanto sono me davam... ao mínimo som era uma euforia e uma vontade imensa de largar tudo e ir para a festa...
Hoje, os livros de outrora são os 300 km de distância, o marido que ainda está a trabalhar, uma cidade que ainda não é minha e as férias que anseio (re)começar... mas o arrepio à flor da pele permanece... fecho os olhos e ainda consigo cheirar as sardinhas assadas, o toque dos martelinhos nas cabeças mais diversas, o fogo de artifício, as corridas infindáveis, os sorrisos e os gritos de folia... é o S. João que conhecemos, nós, os do norte!

Fechada para Balanço

Há momentos da nossa vida em que parece que Deus nos quer a fazer balanços e provoca encontros que nos fazem voltar atrás no tempo. Reavaliar, reviver e refazer caminhos interiormente, ... pesar o que foi e o que poderia ter sido e assim "ver o que ficou", serenamente...

Neste fim-de-semana foi o que me aconteceu. Um casamento de amigos fez despoletar uma grande revolução interna onde deitava tudo para fora da arca e voltava a arrumar cada coisa no seu devido lugar... ainda não a fechei... detenho-me frente a fotografias antigas, a objectos que me são predilectos, a pequenos pedaços de vida que me são queridos e que são tão difíceis de abandonar de novo naquele baú sem fundo que existe dentro de mim.

Inevitavelmente dou olhos nos olhos com pessoas que me fizeram crescer tanto e que já não estão tão perto. E dói a distância, choro a ausência e desejo que a vida se continue a escrever na palma da minha mão cheia de "não acasos"...

Que o Senhor Deus cuide de todos aqueles que povoam, hoje de forma especial, a minha mente e o meu coração.

de Passagem


Estou de passagem, a meio de umas "merecidas férias"... aguardo com ansiedade este segundo momento em que espero conseguir descansar um pouco... esquecer quem sou e o que faço para sobreviver e deixar-me voar nas asas da primeira gaivota que me aparecer.

sábado, 7 de junho de 2008

MOMENTOS DE MUDANÇA


Há momentos que nos doem na alma, que nos escurecem a ideia que fazemos do nosso próprio futuro.

Ainda que acredite que a mudança é importante e tira as teias de aranha do nosso comodismo e daquela rotina em que inevitavelmente acabamos por cair, estes momentos trazem sempre um desconforto que preferia ignorar...

Há pessoas que lutam para por de pé projectos que um dia têm de abandonar. E quem aparece para "carregar" esse menino não tem consciência das dores que o parto custou a quem os viu nascer...

Evito pensar muito nas situações concretas e, ainda assim, as lágrimas brotam sem pedir licença... há um aperto permanente no coração, uma angustia, um "sem fundo" que não sei explicar. Tento concentrar-me em fazer o meu trabalho o melhor que sei de forma a não deixar que os mais pequeninos sofram, como eu, a distancia de quem os amou tanto e de quem lutou tanto pelo seu futuro.

Dei comigo a conter lágrimas no momento da despedida e dei com eles a medirem, milimetro a milimetro, aquela educadora emocionada e triste que nunca tinham visto. O que terão sentido? Também as emoções eles têm de aprender a interpretar mas que não lhes doa muito. São ainda tão pequeninos...